Por Artur Castro
Nas fases de crescimento e de terminação, os suinocultores têm de estar atentos aos principais indicadores zootécnicos, que são o consumo médio diário de ração (CMD), o ganho de peso diário (GPD), a conversão alimentar (CA) e a mortalidade. Todos eles pesam, e muito, na mensuração dos resultados dessa etapa do ciclo de produção.
A conversão alimentar indica quanto o animal consome de ração para produzir 1 quilo de peso vivo, visto que o custo de ração representa aproximadamente 70% a 80% do custo de produção. Dessa, forma a chamada CA representa um dos principais indicadores a ser monitorados, devido ao peso nas despesas. Quanto melhor a taxa de conversão alimentar, maior a eficiência do sistema.
Quando falamos de manejo, muitos pontos impactam a conversão alimentar nessa fase, como a quantidade de animais alojados por baia, a densidade animal, a oferta de ração e a qualidade de água, dentre outros.
A densidade animal é um dos fatores que pode interferir no consumo de ração e ganho de peso, com consequente prejuízos à CA. É preciso estar atento ao espaço físico disponível em metros quadrados por leitão na baia, que deve estar de acordo com o peso de saída desses animais. Recentemente, a Instrução Normativa 113, que rege o bem-estar animal, estipulou a área de 0,9 m²/cabeça para animais de até 120 kg de peso na saída e aproximadamente 1,05 m²/cabeça para animais acima desse peso vivo.
É importante manter a densidade correta por baia para que os animais sejam capazes de expressar sua máxima capacidade de ganho e para que não haja disputas, com ocorrência de comportamento indesejados ou lesões, que podem comprometer não somente o desempenho, mas também o bem-estar desses animais.
Outro ponto importante é a garantia do bom funcionamento de comedouros e bebedouros. A regulagem dos comedouros é fundamental para a obtenção e a manutenção de resultados positivos nessa fase. Comedouros sem ração podem comprometer o crescimento dos animais e o ganho de peso diário. Já situações de excesso de ração na bandeja, podem causar desperdícios, impactando de forma negativa a conversão alimentar.
A água também impacta diretamente o consumo dos animais. Por isso, deve ser de qualidade e fornecida em bebedouros com vazão adequada – de aproximadamente 1,5 litros/minuto. Também é essencial trabalhar com número adequado de leitões por bebedouro e água na temperatura correta para que não haja comprometimento do consumo nesse período.
A ambiência e a correta limpeza das baias na instalação também merecem atenção. O correto manejo de cortinas e temperatura das instalações, associado à limpeza das baias no lote, auxiliam a redução da concentração de gases e poeiras, o que contribui para o desempenho e a saúde dos animais.
Boas práticas de manejo associadas à nutrição de qualidade e à adequada manutenção de sanidade no plantel são pontos-chave para a obtenção de resultados satisfatórios na fase de crescimento e terminação de suínos.
Artur Castro
Zootecnista da Auster Nutrição Animal.